Abnério Cabral
“Mas vós, amados, não ignoreis uma coisa: um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a considerem demorada. Mas ele é paciente convosco e não quer que ninguém pereça, mas que todos venham a se arrepender. Contudo, o dia do Senhor virá como ladrão, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, queimando, se dissolverão, e a terra e as obras que nela há serão descobertas. Se todas essas coisas serão assim destruídas, que tipo de pessoa deveis ser? Pessoas que vivem em santidade e piedade, aguardando e esperando ansiosamente a vinda do dia de Deus; por causa desse dia, os céus se dissolverão pelo fogo, e os elementos, ardendo, derreterão. Nós, porém, segundo sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça.” (2 Pd 3.8-13)
Perseverar em Oração
Pedro estava nos mostrando um cenário do que iria acontecer nos tempos do fim, no dia do Senhor. Lemos que Deus pode fazer em apenas um dia coisas que o homem levaria mil anos para fazer. O dia do Senhor virá como um ladrão, mas não para aqueles que aguardam ansiosamente esse dia; quem espera não será surpreendido, quem está na luz não será pego de surpresa, pois sabe que esse dia está para chegar. No entanto, os que não se preparam e não esperam dirão: “Ah! Era verdade mesmo?! Eu não esperava, não acreditava!! E agora?? Não vou realizar meus planos, vou perder tudo o que acumulei nessa vida!!” Os da luz, porém, dirão: “Aleluia!! Ele veio!! Eu sabia!! Eu esperava por esse dia!!”
Joel disse: “…porque o dia do Senhor é grande e mui terrível, e quem o poderá suportar?” (Jl 2:11). Esse dia será glorioso, majestoso, maravilhoso e de muita alegria para quem o espera! Mas, para quem não estiver esperando será um dia terrível, de grande tristeza e destruição, pois não estará preparado.
Temos sido muito exortados nos últimos tempos com palavras sobre “perseverar” e, dentro da nossa perseverança, não podemos nos esquecer que estamos caminhando para nos encontrar com o nosso Senhor que em breve virá. Ele prometeu e vai cumprir! Os sinais da sua vinda já estão se cumprindo e em todas as partes do mundo vemos e ouvimos depoimentos sobre esses sinais. Portanto, diante desse maravilhoso quadro precisamos nos lembrar de que somos sacerdotes do Senhor e temos uma imensa responsabilidade sobre coisas que precisamos fazer, coisas que são práticas de vida de um sacerdote.
Deus instituiu os sacerdotes no V.T. para que a ministração ou adoração a Ele não parasse um minuto sequer e Ele fosse lembrado por meio dos sacrifícios que lhe eram entregues dia e noite:
“E ordenarás aos israelitas que te tragam azeite puro de oliva, batido, para a iluminação, para manter uma lâmpada continuamente acesa. Arão e seus filhos a manterão acesa diante do SENHOR na tenda da revelação, do lado de fora do véu que está diante do testemunho, desde a tarde até a manhã. Este será um estatuto perpétuo para os israelitas através de suas gerações.” (Ex 27.20,21)
O povo trazia o azeite batido, puro. Os sacerdotes o usavam para colocar nas sete lâmpadas do candeeiro ou candelabro para mantê-lo continuamente aceso. Azeite batido é aquele da primeira prensa, o de melhor qualidade, o de menor acidez. Esse azeite era usado para acender a lâmpada do candeeiro que estava diante do altar de incenso, pois, para oferecer incenso, era necessário acender o fogo e queimar as lâmpadas. Não se podia fazer ofertas de adoração ao Senhor sem que as lâmpadas fossem acesas e queimadas.
Sabemos que esse azeite representa o Espírito de Deus. É por isso que temos falado sobre o “Espírito da Oração”, pois, estudando sobre o assunto, constatamos que algumas lâmpadas citadas no Novo Testamento dizem respeito à nossa vida cristã, ao nosso dia a dia, à nossa prática, ao que estamos fazendo, a que tipo de pessoas devemos ser nos dias de hoje, pois estamos caminhando para nos encontrarmos com o Noivo, para o grande Dia do Senhor.
Alguns dizem: “Ah, mas eu já me encontrei com Jesus; o Espírito Santo está em mim!” Isso é ótimo e necessário, porém, não é o suficiente. Vida com Deus vai além de palavras, vai além de ir em reuniões. Frequentar é mais do que ir; é participar, fazer parte, estar ativo, se envolver, ter compromisso, relacionamento. Essas são coisas de que Deus não abre mão.
Quando estivemos em Israel e visitamos a réplica do Tabernáculo de Moisés o nosso guia nos mostrou onde ficava o candelabro, a mesa dos pães da preposição e a arca do incenso, bem de frente ao véu do Santo dos Santos. Por que essa mesa dos pães estava ali? Porque Deus quer comer, assentar-Se à mesa com o Seu povo. Preste atenção quantas vezes a palavra “mesa” aparece na Bíblia, quantas vezes Deus diz que vai nos preparar uma mesa para comermos com Ele, alimentar aquele que abrir a porta da sua casa para recebê-Lo. Ele bate à porta dos corações daqueles que se arrependem, daqueles que O desejam como seu Senhor e Salvador (Ap 3.3.). Ele quer cear com quem tem aliança com Ele; não vai fazer isso com quem não quer compromisso com Ele.
As sete luzes ou lâmpadas que precisamos vigiar, guardar.
“Então brotará um rebento do toco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará. E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor.” (Is 11.1,2).
Vemos que sete espíritos do Senhor estariam sobre Jesus, o Messias de Israel. Hoje precisamos ser cheios do Espírito do Senhor sete vezes mais – tomados, cheios, revestidos, imersos do Espírito Santo. Não apenas Ele habitando em nós, mas derramado, conduzindo, dirigindo, movendo todos os nossos atos, palavras e ações. Gosto de lembrar que o livro de Atos dos Apóstolos deveria se chamar “Atos do Espírito Santo”, pois era Ele quem agia, operava, fazia todas as coisas e os apóstolos apenas cooperavam com Ele. Hoje temos o Espírito derramado sobre a Terra e precisamos aprender a cooperar com Ele.
Em Gênesis 1, o Espírito pairava, chocava a Terra preparando-a porque Deus iria começar a falar. Agora Ele está falando, trabalhando, preparando a Noiva do Senhor para a volta de Jesus.
1ª) A lâmpada do engano (aquela que vem do mundo).
“Então, Judas trouxe consigo um destacamento de soldados e alguns guardas da parte dos principais sacerdotes e fariseus; e chegou ali com tochas, lanternas e armas.” (Jo 18.3)
Existe uma lâmpada ou uma luz de engano que está vindo sobre a Terra e que não traz nenhum tipo de revelação para nós no espírito, mas que mostra uma interrogação do mundo para saber o que ou quem é a verdade. Aqueles guardas levaram tochas (“lâmpadas”, no grego) para revelar, mostrar, identificar quem era Jesus. Judas andou com Jesus mas não o entendeu, não o discerniu. Ele foi enganado e usado pelo Diabo para que Jesus fosse preso.
Será que a luz que há no mundo está revelando que é você? Existe uma luz, um desejo, um anseio que vem do mundo para saber quem nós somos. Quando um cristão faz qualquer coisa errada essa luz aparece. As pessoas nos veem em todos os momentos; existe uma luz que continuamente revela quem somos. As próprias trevas revelam a luz que há em nós. Jesus alertou seus discípulos dizendo: “Vê, pois, que a luz que em ti há não sejam trevas.” (Lc 11:35). Isso é muito sério, porque se as trevas chegarem e não encontrarem nenhuma luz é porque há algo errado.
“Contudo, o mandamento que vos escrevo é novo, verdadeiro em Cristo e em vós, pois as trevas vão passando e já brilha a verdadeira luz.” (1 Jo 2.8)
As trevas estão chegando, mas a luz já começou a brilhar! Existe uma luz que está se levantando hoje para revelar o erro e o pecado, para dizer: “Não queremos isso! Não concordamos com aquilo!” O mundo está caminhando para um afunilamento: “Ou você crê nisso ou crê naquilo! Se não crê assim, será preso!” Mas a luz está começando a brilhar. Todas as vezes que nós, como cristãos, nos omitirmos de dizer e viver o que cremos estaremos impedindo a luz de Jesus brilhar.
Uma outra tradução do texto acima diz: “Todavia, vos escrevo um novo mandamento, aquilo que é verdadeiro nele e em vós, porque as trevas se vão dissipando e a verdadeira luz já brilha.” Então, nós recebemos uma luz, nós temos uma luz e o mundo quer saber o que ou quem é essa luz. O mundo não a quer, porque ela vem do Senhor e revela quem é Jesus.
2ª) A lâmpada do juízo de Deus (que descerá dos céus).
“O terceiro anjo tocou sua trombeta, e uma grande estrela, queimando como se fosse uma tocha, caiu do céu sobre um terço dos rios e sobre as fontes das águas. O nome da estrela era Absinto. Um terço das águas tornou-se em absinto, e muitos homens morreram por causa das águas, pois haviam se tornado amargas.” (Ap 8.10,11)
O juízo começa pelas nossas casas, pela Igreja e, depois, sobre a Terra. Nós temos a oração como um instrumento de Deus para clamar a Ele. Clamamos por cura, por libertação e salvação de vidas, por livramentos de situações difíceis, por provisão de necessidades – e Ele tem nos respondido. A oração é um instrumento que nós, como cristãos, usamos para trazer juízo sobre a Terra. No entanto, Deus trata primeiro com Seu povo e depois o usa para tratar com as nações. Vemos isso nos quarenta anos que Israel peregrinou no deserto antes de entrar em Canaã, pois precisavam desse tempo para aprender a obediência ao Senhor.
Lemos no texto acima que uma grande estrela, “como se fosse uma tocha” (lâmpada) irá cair do céu trazendo juízo sobre a Terra, ou seja, Deus irá usar a Igreja para fazer isso. Por que as nações estão contrárias a Israel? Justamente porque Israel professa fé em um único Deus. Há muitos pecados e desobediências em Israel (assim como em todos os lugares), mas aquela nação tem um remanescente que está se levantando, crescendo e proclamando que “só o Senhor é Deus”! Israel é uma luz no mundo. O que mais as nações desejam é se apropriar do monte das Oliveiras, lugar onde a Bíblia diz que Jesus irá voltar e instituir seu reino. Por isso todos querem dominar e destruir esse lugar. Antes disso, porém, haverá juízo sobre a Terra. Descerá um anjo como uma tocha, como um fogo aceso e isso será liberado pela Igreja.
“…para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” (Jo 17.21)
O Espírito Santo, a lâmpada do Senhor, está trabalhando na unidade da Igreja em toda a Terra. Nós, este pequeno povo que se reúne neste lugar, somos uma pequena amostra do que Deus já está fazendo nesta e em muitas outras cidades no Brasil e no mundo. Éramos quatro congregações divididas, separadas, longe uma das outras e o Senhor nos uniu. Temos caminhado em unidade com as lideranças cristãs desta cidade, temos convidado e aceitado convites para estar com irmãos de outras comunidades e cidades porque temos um alvo maior, grandioso, que é a nossa unidade com Deus e Jesus Cristo. Porém, para estarmos unidos a Deus e a Jesus, precisamos nos tornar “um” entre nós. Não haverá muitas lâmpadas, muitas luzes, mas apenas uma luz, uma voz sobre a Terra manifestada de diversas formas.
A luz ou o brilho alcança muitos lugares, mas sai de apenas uma lâmpada: a Igreja. Nós estamos caminhando como igreja nesta cidade, neste país, no mundo todo para nos tornarmos um só Corpo. Iremos nos reunir em vários endereços, em vários lugares separados, mas todos no mesmo Espírito e ligados pela mesma fé. Deus mesmo fará isso e, quando nos tornarmos um, traremos juízo sobre a Terra. Ainda não temos esta posição, mas estamos caminhando para isso. A nossa unidade tem mais poder do que sabemos e imaginamos. É por isso que o Diabo está trabalhando para que não nos tornemos um, pois, quando isso acontecer, ele perderá a guerra!
Os discípulos foram impedidos pelos moradores de Samaria de entrar na cidade. Então, eles olharam para Jesus e perguntaram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir?”Jesus, porém, “voltando-se, repreendeu-os: Vós não sabeis de que espírito sois.” (Lc 9.54,55). Parecia até uma petulância ou exagero da parte deles, mas isso um dia se tornará realidade, pois Deus em breve usará a Igreja para trazer juízo sobre as nações. Porém, para isso precisamos ter um espírito correto, um espírito de unidade.
A Bíblia diz que “Elias era humano e frágil como nós; ele orou com insistência para que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. Ele orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu seu fruto.” (Tg 5.17,18). Isso porque ele tinha um espírito alinhado com Deus e por isso pode mandar descer fogo do céu (2 Re 1).
O Senhor disse a Jó: “Por acaso entraste nos tesouros da neve e viste os tesouros do granizo, que eu tenho reservado para o tempo da angústia, para o dia da batalha e da guerra?” (Jó 38.22,23). Deus tem um reservatório de juízos para derramar sobre a Terra na devida hora e a Igreja será usada por Ele para fazer isso. No entanto, esta precisa se alinhar com o que Ele está fazendo e falando hoje.
Assim, como diz Pedro, “Se todas essas coisas serão assim destruídas, que tipo de pessoa deveis ser? Pessoas que vivem em santidade e piedade, aguardando e esperando ansiosamente a vinda do dia de Deus; por causa desse dia, os céus se dissolverão pelo fogo, e os elementos, ardendo, derreterão.” Não devemos ser pessoas portadoras de um espírito de vingança, de maldade, mas de um espírito justo, manso, santo, piedoso, cheio de temor a Deus e com desejo de justiça e unidade. Aliás, um dos sete espíritos do Senhor que estaria sobre o Seu ungido era o espírito de temor (Is 11.2).
3ª) A lâmpada do alinhamento com o Senhor.
“Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões; diante do trono estavam acesas sete lâmpadas de fogo, que são os sete espíritos de Deus.” (Ap 4.5)
Deus não faz as coisas de qualquer jeito, mas sempre através de alinhamentos. O sacerdote acendia a primeira lâmpada com uma espécie de pavio e, com o fogo da primeira, acendia as demais. Todas deviam estar alinhadas e queimar igualmente. Deus não vai fazer nada na Terra sem alinhamento e, por isso, devemos estar alinhados com Ele e como Igreja. Este candelabro apontava para os sete espíritos de Deus, que refletem as características do Senhor Jesus.
Diante do Senhor há uma lâmpada que queima continuamente, um candelabro que arde e não se apaga. Lemos em Gênesis 1.2 que “A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas.” No original hebraico a palavra “pairava” é “chocava, aquecia, ardia”. Ou seja, o Espírito estava trabalhando em todas as moléculas, aquecendo ou “chocando” o que Deus iria começar a falar e criar.
Hoje, Deus já está falando e o Espírito já está agindo – Ele está nos chamando ao arrependimento e à unidade! Essa é a Sua vontade soberana e não devemos resistir a isso. Somos chamados a nos unirmos à Ele, mas para isso, como diz em João 17, precisamos ser “um entre nós”. Não podemos andar ou viver de qualquer maneira, mas corresponder àquilo que é a vontade de Deus para nosso tempo.
O espírito de oração nos move a buscar a vontade de Deus, a trazer o céu para a Terra: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10). No céu não existe procrastinação, demora, burocracia, diversidade de vontades e opiniões, divisões, desobediência. Lá a vontade do Pai é feita cem por cento e é essa vontade que devemos trazer para a Terra. Somente assim haverá justiça, paz e alegria para quem receber este reino, para quem receber a vontade de Deus. A nossa lâmpada não pode contrariar este alinhamento, pois é isso que Deus está falando e fazendo.
4ª) A lâmpada cheia de azeite.
Alguns textos nos evangelhos se referem a lâmpadas que iluminam o interior dos ambientes e outros textos se referem a lâmpadas que iluminam os ambientes externos. Todas iluminam, mas cada uma tem uma função, característica e intensidade diferente. Em Mateus 25, a palavra “lâmpada” aparece 5 vezes. Lemos sobre “dez virgens”, sendo cinco “prudentes” e cinco “insensatas” ou “loucas”. Isso significa que dez virgens se guardaram, procuraram viver uma vida separada. No entanto, cinco delas eram “loucas”, desajuizadas, porque mesmo sabendo que estavam prestes a se encontrar com o noivo (Jesus) não levaram azeite. Tinham lâmpada, tinham pavio, mas não tinham azeite, que servia justamente para queimar o pavio e produzir luz. Assim, quando o noivo chegasse, todas as que estivessem iluminadas por essa luz entrariam pela porta com ele.
“Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas. E as insensatas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se apagando. Mas as prudentes responderam: não; pois de certo não chegaria para nós e para vós; ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós. E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o noivo; e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. Depois vieram também as outras virgens, e disseram: Senhor, Senhor, abre-nos a porta. Ele, porém, respondeu: Em verdade vos digo, não vos conheço. Vigiai pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora.” (Mt 6.7-13)
Já era tarde da noite e essas virgens insensatas não tiveram mais tempo para comprar o azeite e voltar, para acender as suas lâmpadas, pois o noivo voltou. Esse azeite tinha de ser batido, de altíssima qualidade e não era em qualquer hora e lugar que poderia ser encontrado. A pessoa que vende este azeite é o mesmo que vende ouro refinado – o Senhor:
“Aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas.” (Ap 3.18).
Como se poderia comprar ouro refinado e azeite batido? Lembremo-nos que o candelabro era aceso para que a oferta de adoração fosse oferecida diante do Senhor, para que não houvesse oferta sem luz, sem azeite queimando. O pavio era apenas um pequeno trapo embebido em azeite para poder queimar – e assim somos nós: um trapinho que precisa do azeite para poder queimar e iluminar a nossa oferta diante de Deus.
As virgens prudentes entraram com o noivo. As loucas, no entanto, não entraram porque a porta se fechou. O noivo não as reconheceu porque eles não tinham azeite para queimar, mas apenas lâmpadas. Então, é necessário comprarmos azeite do Senhor – e fazemos isso gastando tempo, gastando a vida diante Dele em oração, adoração, leitura da Palavra. O tempo gasto nos cultos e reuniões ajuda mas é insuficiente. Precisamos ir além, noite e dia queimando e gastando nossa vida e nosso tempo diante do Senhor.
5ª) A lâmpada da coletividade
Há lâmpadas que precisam estar juntas com outras para permanecerem acesas. O fogo da primeira passa para a segunda e assim por diante. A Palavra diz que eram sete lâmpadas acesas e alinhadas. Jesus disse: “Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.” (Mt 18.20). Não há nada errado em orar sozinho, mas o poder é maior quando oramos juntos com outros irmãos, quando acendemos as lâmpadas alinhados uns com os outros.
Não podemos parar um só minuto de comprar ouro e azeite! Esta é a hora para isso pois a volta do noivo é iminente. Não devemos esperar para comprar azeite somente quando ele voltar porque então será tarde demais. Hoje é a hora de queimar tempo adorando, orando, lendo a Palavra, se enchendo do Espírito. Não deixarmos para o último dia, pois poderá ser tarde demais!
Eu tenho fé no meu coração de que iremos orar até Jesus voltar. Mesmo que morramos antes, Deus vai fazer isso com a Sua Igreja. Ele vai levantar pessoas que irão queimar até Jesus voltar. Nós estamos voltando para nos encontrarmos novamente com o Senhor. Já andamos muito pela terra, já ficamos muito tempo espalhados, separados, divididos. Já vivemos em famílias das mais diversas histórias, mas Deus pela Sua misericórdia nos alcançou para manifestarmos à esse mundo o poder do mundo vindouro. Mas, para isso, precisamos de azeite, precisamos brilhar, queimar.
“Ora, havia muitas luzes no cenáculo onde estávamos reunidos.” (At 20.8)
Havia muita gente, muitas luzes ou lâmpadas reunidas naquele ambiente de oração. O povo de Deus precisa aproveitar as oportunidades de se ajuntar para orar juntos, para perceber o que o Espírito Santo está falando e fazendo na vida de outros irmãos.
A Bíblia fala muito sobre “torres”. A torre era uma edificação alta com uma porta em sua base e um cômodo em sua parte superior. Era construída normalmente em terrenos onde as ovelhas pastavam. Quando elas precisavam dormir, o pastor subia na torre e lá de cima as vigiava. Quando ele via algum predador se aproximando, chamava as ovelhas e as colocava dentro da torre, fechando a porta e esperando até que o animal fosse embora. Assim, as ovelhas ficavam protegidas dentro daquela torre. Enquanto estamos gastando nosso tempo buscando ao Senhor estamos sendo protegidos por Ele. Por isso devemos tomar cuidado para não ficarmos afastados da torre, mas ligados, próximos à ela, ambientados com ela. A torre é um lugar de vigiar mas também de produzir, pois quando nos ocupamos das coisas do Senhor Ele se ocupa das nossas coisas.
Assim, precisamos aprender a orar, a andar, a comer, a vivermos juntos, pois na coletividade nós ganhamos, somos protegidos, guardados. É muito importante entendermos que Deus não vai salvar ninguém fora do Corpo, mas “no Corpo”!
6ª) A lâmpada que arde por dentro e por fora.
“Ele era a lâmpada que ardia e alumiava; e vós quisestes alegrar-vos por um pouco de tempo com a sua luz.” (Jo 5.35)
João Batista era uma lâmpada que queimava e iluminava os lugares por onde andava e pregava. Ele era um homem que ardia por dentro e por fora. As pessoas iam para o deserto ver um homem incendiado, um homem que iluminava. Suas palavras levavam luz, entendimento.
Alguém perguntou a John Wesley: “Como é que você faz para atrair tantas pessoas?” Ele respondeu: “Eu ateio o fogo e deixo queimar!” Precisamos entender que Deus nos chamou para arder por dentro e por fora. Vemos hoje que a moral, a ética e a verdade não fazem mais sentido para a sociedade e a igreja foi chamada por Deus, colocada na Terra para ser e fazer a diferença, para brilhar, iluminar, aquecer a Terra.
7ª) A lâmpada da revelação e do entendimento.
“A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!” (Mt 6.22,23)
A única maneira do nosso corpo não ser mal é comprar o azeite do Senhor. Nosso corpo foi comprado por Cristo na cruz e precisa servir somente a ele. Precisamos investir nosso tempo em comprar e acumular azeite, em buscar ao Senhor. É muito bom que tantos irmãos estejam lendo diariamente a Bíblia e orando, pois é isso que Deus quer que nós façamos para que nosso corpo seja iluminado e tenha entendimento.
Existe um grande engano operando na Terra. Anos atrás os textos, livros e filmes tinham início, meio e fim. Hoje eles só têm meio: o fim somos nós quem decidimos. Isso porque não é mais considerado importante de onde viemos e para onde vamos, mas como vivemos. Isso é uma mensagem enganosa pois defende uma ideologia: não somos o que nascemos, mas o que escolhemos ser, o que decidimos viver – uma ideologia humanista e diabólica. “Não importa como você irá terminar; viva hoje intensamente o que você quer!” Infelizmente há inúmeros autores e educadores importantes em todas as esferas da sociedade que apregoam isso.
João Batista confrontou o mundo religioso da época: as pessoas cobravam umas das outras mas não cumpriam o que falavam. Ele pregou a verdade, mostrou os princípios morais do reino de Deus que haviam sido perdidos.
Jesus disse: se os teus olhos estiverem sendo iluminados por uma luz enganosa, todo o seu corpo estará em trevas. Por isso devemos tomar cuidado com aquilo que tem nos alimentado. Precisamos comprar azeite do Senhor, sermos cheios do Espírito Santo sete vezes mais, queimando por dentro e por fora.
“…para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê o espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele; sendo iluminados os olhos do vosso coração, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos” (Ef 1.17,18)
Essa é a lâmpada que vem do Senhor para iluminar a nossa alma trazendo revelação, sabedoria e conhecimento. Não é só conhecimento, mas também revelação de quem é Jesus, onde ele está, o que ele está falando e fazendo hoje, no que ele está interessado.
Nós, como povo de Deus, como Igreja, precisamos estar envolvidos com a vontade e com os planos do Pai, cheios do Espírito, dando cada vez mais lugar à Ele. Precisamos nos arrepender de tantas coisas erradas e falhas que temos feito, tais como abandonar a leitura e a oração, deixar de congregar-nos e buscarmos juntos ao Senhor.
O chamado do Senhor
Jesus disse aos seus discípulos: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me; pois, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.” (Mt 16.24,25). Jesus já se negou totalmente, já morreu na cruz por nós. Agora somos nós que devemos fazer isso. Ele nos chama para sentarmo-nos à mesa com ele: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Ap 3.20).
Deus está nos dando a oportunidade de participarmos de algo maravilhoso que Ele está fazendo na Terra. Portanto, dê lugar ao Espírito Santo, deixe o Senhor falar ao seu coração, alinhe a sua lâmpada ou vida com Ele, pois essa é uma decisão unicamente pessoal.
Preste atenção na quantidade de azeite que há em sua lâmpada. Precisamos arder igual a João Batista, por dentro e por fora. O Senhor precisa olhar e reconhecer que em nós existe o mesmo Espírito que habita em Jesus, na mesma proporção. A nossa lâmpada precisa estar continuamente acesa e queimando e só existe um lugar onde isso é possível: diante de Deus! Portanto, gaste tempo buscando a Ele, sozinho e com outros irmãos, pois isto irá levá-lo a acumular azeite e prepará-lo a se encontrar com o Noivo que está voltando. Amém!
Transcrição e Edição: Luiz Roberto Cascaldi
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