Ambiente tóxico ou curador
- servindocomapalavra
- 24 de mar. de 2020
- 15 min de leitura
Atualizado: 8 de jul. de 2021

Deus está falando conosco a cada domingo e há uma sequência de palavras querendo nos levar a algum lugar. Precisamos prestar atenção, porque Deus está falando com a Igreja. Não é ouvir só o conteúdo, porque para isso você pode ler e estudar a Bíblia, mas tem que ouvir com o coração: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito Santo diz à Igreja”. Deus está falando, mas você está ouvindo? É preciso corresponder com o que Ele está falando. Ele pode usar pessoas diferentes, mas a palavra é a mesma.
Tony Felício ministrou recentemente sobre “desconfiança”, sobre o mal que ela nos faz. O diabo semeou desconfiança no coração de Eva e Adão e eles duvidaram das intenções e da integridade de Deus, julgando que Ele não queria o melhor para eles. Essa desconfiança é uma praga e está em nós hoje, pois a herdamos deles. Temos desconfiança de Deus e desconfiança uns dos outros. Isso impede Deus de agir e, por isso, precisamos ser libertos da desconfiança. Mas não é uma coisa só sai por ouvir uma pregação, mas por ouvir com ouvidos espirituais e dizer: “Sim, Senhor, eu confesso que sou desconfiado e não quero continuar assim, preciso ser liberto disso”.
Nós estamos orando por um grande avivamento que virá não só para a nossa igreja, mas para toda a Terra. Joel, capítulo 2, diz: “Acontecerá depois dos últimos dias que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne”. No dia de Pentecoste o Espírito foi derramado sobre cento e vinte pessoas, depois três mil, depois cinco mil. Mas isso não é toda a carne. Essa palavra de Joel ainda vai se cumprir. Nós estamos nos últimos dos últimos dias e nunca, na história da humanidade, houve tanta oração como hoje. Milhares de casas de oração 24 horas por 7 dias semanais têm se levantado. Orações estão subindo a Deus na Terra toda; o planeta está girando e orações subindo.
A Bíblia diz que nenhuma oração se perde ou desaparece, mas ficam retidas em taças. Às vezes, a pessoa que orou até esqueceu do que orou, mas sua oração ficou nessas taças diante de Deus. As orações sobem e, pelo tanto de oração que está tendo na face da Terra hoje, eu acredito que vem um avivamento de proporção ‘tsunami’. Nós estamos nos aproximando desse dia. Sinto muito forte em meu espírito que este avivamento está chegando. E a palavra é: “Prepare-se para estar do lado certo quando ele chegar”. Se estivermos do lado errado vamos nos opor, mas, do lado certo, vamos ser dominados pelo Espírito e isso mudará nossas vidas. Hoje é o tempo de nos prepararmos para esse grande ‘tsunami’ que está chegando e já temos experimentado alguns sinais da proximidade dele, pois pessoas têm sido verdadeiramente curadas em nosso meio.
Oração é coisa que mexe com o Céu – o Céu entra na Terra por meio da oração. Apesar das curas não vir tão rápidas como desejamos, as orações têm produzido a presença de anjos junto às pessoas que têm enfrentado enfermidades. Então, continue orando, pois as curas estão chegando. Mas, enquanto não chegam, existe muita alegria, paz e presença dos anjos de Deus. A oração está trazendo resultados em nosso meio. Aleluia!
AMBIENTE TÓXICO OU CURADOR
Ambiente tóxico é o ambiente onde Deus não pode agir e ambiente curador é aquele onde ele pode agir. Ora, mas Deus é todo-poderoso – você diria. É verdade, mas vamos ver o que a Palavra diz:
Saiu Jesus dali, e foi para a sua terra, e os seus discípulos o seguiram. Ora, chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ao ouvi-lo, se maravilhavam, dizendo: Donde lhe vêm estas coisas? E que sabedoria é esta que lhe é dada? E como se fazem tais milagres por suas mãos? (Mc 6.1,2)
Esta mesma passagem em Lucas 4 tem mais detalhes, uma vez que a mãe de Jesus os passou para Lucas. Mas o importante aqui é imaginarmos esta cena. Faz de conta que estamos na sinagoga em Nazaré (cidade onde Jesus foi criado). Jesus tinha ido de Nazaré para Cafarnaum (cidade bem longe à beira do mar da Galileia, cujas ruínas ainda existem) e voltado a Nazaré (cidade grande, onde têm árabes e um grande precipício). Jesus, no momento da descrição do texto, está ensinando na sinagoga. A cidade toda comentava que ele estava fazendo milagres, expulsando demônios, pregando na sinagoga e multidões o seguiam. Agora lá está ele ensinando na sinagoga em Nazaré.
A primeira reação daquela gente ao ouvir Jesus foi de admiração, mas depois diziam: “Como ele pode falar assim? Como pode fazer tantos milagres? Como pode ele ser desse jeito?” O texto de Marcos não registra o fim da mensagem, mas em Lucas, depois de se admirarem, a raiva os dominou ao ponto de levarem Jesus ao precipício para o atirarem de lá. No entanto, ele se esgueirou entre a multidão, provavelmente cegada por Deus, e saiu ileso dali. Sim! Porque Jesus só morreria quando quisesse; ninguém o levaria à morte fora da sua hora de morrer.
Mas por que começaram admirando e terminaram com raiva? Porque Jesus havia dito que Deus encontra pessoas fora de Israel, tais como a viúva de Sidom, no tempo de Elias, e o leproso Naamã, da Síria. Ele os encontrou e curou, mas não curou os judeus. Por isso queriam matá-lo, apesar de no início terem ficado impactados com suas palavras. Marcos não diz essas coisas, pois sua ênfase é outra. Admiração foi, então, a primeira reação do povo de Nazaré que o ouvia na Sinagoga.
A segunda reação toca em nossa atitude, desconfiança e lógica. É algo terrível, mas está em nós. Dois mil anos depois nós ainda estamos iguais àqueles ouvintes de Jesus. Vejamos o texto abaixo, que mostra a segunda reação:
Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E não estão aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se dele. (Mc 6.3)
Eles falam da profissão de Jesus, da sua mãe, irmãos e irmãs: “Ele é de Nazaré! Quem ele acha que é? Ninguém de Nazaré pode ser assim, não tem lógica! Ele é igual a nós, quem pensa que é para falar essas coisas?” A primeira reação é a admiração, a segunda é de conhecer segundo a carne.
Isso acontece conosco: ouvimos, por exemplo, o que um médico fala e acreditamos. Mas médico é médico, não é profeta. O que ele fala não vai se cumprir, pois é um cientista e não um profeta. Ele fala de fatos terrenos, naturais, mas mesmo assim as pessoas o ouvem e depois dizem: “Vou morrer daqui a seis meses”. Não! Não vai morrer não.
O que significa “conhecer segundo a carne”? Significa saber tudo sobre a pessoa, sua família, seu passado, sua profissão, seus erros antigos, seu jeito de ser, seu temperamento. É conhecer a pessoa do jeito que ela é aqui na terra. Claro que conhecemos segundo a carne, mas depois de ouvirmos a Palavra de Deus passamos a conhecer de outra forma.
Deus encarnado, que criou o mundo, estava ali pregando e por isso a admiração. Jesus pregou sobre um trecho do livro de Isaías. Era Deus falando! Como não ficar admirado? Mas, depois de ouvir Deus falando, reportaram ao conhecimento segundo a carne. E nós, quando fazemos isso, “travamos” a voz de Deus.
Então Jesus lhes dizia: Um profeta não fica sem honra senão na sua terra, entre os seus parentes, e na sua própria casa. (Mc 6.4)
“Sem honra!” Nós estamos falando de um ambiente onde Deus opera milagres. Todos nós concordamos que Deus sempre pode operar milagres, pois ele é um Deus de milagres e criou o nosso corpo. Deus sabe curar o nosso corpo? Sabe! Mas certas atitudes travam o seu mover. Travaram a Deus quando não lhe deram honra, quando ficaram escandalizados, quando usaram o conhecimento segundo a carne para dizerem: “Este não pode ser Filho de Deus, porque é filho de carpinteiro e nós conhecemos os seus pais. Quando vier o Filho de Deus, ele vai aparecer de algum outro lugar”. Pela Palavra diziam que era o Filho de Deus, mas pelo conhecimento segundo a carne diziam que não era. Quando a Palavra operava diziam: “que bom”; quando a carne operava diziam: “não pode ser”. Escandalizaram e não deram honra, não receberam Jesus como Filho de Deus. E era, sim, o próprio Filho de Deus e não alguém se fazendo passar por ele. Então, ele é Deus encarnado e pode fazer qualquer coisa que quiser. Porém, aquele povo não o honrou, não o conheceu como Filho de Deus.
O versículo 5 me deixou muito impactado: “E não podia fazer ali nenhum milagre, a não ser curar alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. E admirou-se da incredulidade deles…” (Mc 6.5,6a). É como se Jesus dissesse: “Não entendo! Nas outras cidades eu chego e as pessoas me dão honra, creem e são curadas; mas, aqui, eles viram o poder de Deus, ouviram a sua Palavra, mas me conhecem segundo a carne, não creem, logo, o Deus onipotente que pode fazer tudo, não pode operar milagres”. Deus pode tudo, mas em Nazaré não podia. Por quê? Por causa da incredulidade! Isso é o que eu chamo de “ambiente tóxico” – um lugar carregado de uma química que permeia, intoxica e mata a todos que estiverem ali presentes. A Palavra saiu e eles se admiraram; porém, veio aquele ambiente tóxico e começou a semear a incredulidade: pela lógica aqueles milagres não podiam acontecer! Assim também acontece conosco. O médico disse aquilo, então, não pode acontecer diferente. No ambiente tóxico o milagre é zero!
Nós queremos ver Deus agir – e ele quer de fato agir – mas precisamos formar o ambiente certo em nossas famílias, casas, trabalho, congregação, reuniões. Precisamos de um ambiente de fé, de honra, de não conhecer segundo a carne para que Jesus possa operar milagres em nosso meio.
Eu creio que vamos experimentar grandes milagres, e não por meio de algum grande evangelista chegando com uma tenda na cidade. Não! Será por meio de pessoas comuns orando e a presença de Jesus chegando e curando os necessitados. Não existe nada igual à presença de Deus! E ele nunca faz milagres do mesmo jeito, porque é criativo e sempre faz diferente. Deus usa as pessoas menos prováveis: aquela que você acha que não pode ser (e que talvez até esteja distraída, olhando para o outro lado) é a que Deus usará para trazer curas.
Se não nos desvincularmos da desconfiança, do conhecer segundo a carne, formaremos um ambiente tóxico que não permitirá que os milagres aconteçam. Você quer mesmo produzir um ambiente do céu na sua casa, no seu trabalho, no seu emprego, na igreja, nas reuniões de oração? Queremos, sim, gerar um ambiente onde o Espírito Santo se sinta à vontade, onde uma pessoa que se converteu ontem (talvez um ladrão, um drogado etc.) vai receber nossa oração e ser liberto e curado. Isso acontecerá porque Deus não está olhando o currículo ou o passado da pessoa. Ele dá os dons como quer e, por isso, temos de nos humilhar para ver Deus nas pessoas. Deus vai se manifestar, não por meio de anjos vindos do Céu, mas de pessoas de carne e osso e, se você não honrar essas pessoas, se não acreditar, irá travar os milagres que Deus quer trazer para nós nesses dias.
Quando há honra, quando você olha não segundo a carne, quando percebe que a pessoa tem alguma coisa de Deus, o poder de Deus é liberado; porém, quando há dúvida esse poder é travado. Quando há fé, percepção e honra o poder de Deus é liberado. Não estou falando de honra para os líderes, mas honra para Deus na vida das pessoas mais improváveis. Estou falando sobre aquele pequenino que você não dá nada por ele. Estou falando que precisamos aprender a honrar a presença de Deus nas pessoas e não as conhecer segundo a carne. Que possamos orar: “Deus abre os nossos olhos Senhor; perdoa-nos por travar, às vezes, os nossos parentes, nossas esposas, nossos filhos por conhecê-los segundo a carne”.
Todas essas pessoas podem ser usadas por Deus. Seus familiares, seu patrão, seu empregado, uma criança – cada um deles pode ser usado. Nós precisamos ser pessoas “caçadoras” de Deus que dizem: “Eu quero Deus! Onde está Deus?” Deus está na Terra, nas pessoas. Deus está na Igreja e a Igreja são as pessoas. Precisamos de Deus e ele está no meio delas.
Nós temos o Espírito Santo, somos filhos amados de Deus. Ele é nosso Pai que está no Céu, portanto, ninguém pode conosco. Ora, se Deus não poupou seu próprio Filho, quanto menos irá nos negar alguma coisa, pois somos seus filhos. Assim, precisamos honrar aquilo que Deus fez em nós e aquilo que ele está fazendo na vida das outras pessoas. Precisamos formar um ambiente não segundo a carne, mas segundo o Espírito.
Pois o amor de Cristo nos constrange, porque julgamos assim: se um morreu por todos, logo todos morreram; e ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. (2 Co 5.14,15)
A Bíblia diz que a fé chama à existência aquilo que não é. A fé olha para o impossível e fala: “É impossível naturalmente, mas eu creio que posso trazer o impossível à existência”. Isso precisa acontecer em nosso meio, uns com os outros. Você diz: “Fulano de tal não tem jeito. Ele já tentou muitas vezes e não conseguiu.” Isso é verdade humanamente falando, mas eu estou olhando para o propósito com que Deus gerou essa pessoa; ela tem uma missão e eu chamo à existência esta missão em sua vida. Então, eu não olho para o que ela foi ou para o que ela é, mas para o que Deus quer que ela seja e chamo isso à existência.
“Um morreu por todos, logo, todos morreram, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que morreu e ressuscitou por ele”. Ou seja, cada pessoa que encontrarmos pode ser uma manifestação visível de Deus. Se ela permitir Deus agir em sua vida, ela será! E nós temos de ser pessoas que chamam isso à existência, que enxergam esse potencial e que dizem a ela: “Você não é seu pecado; você é uma pessoa chamada para viver fora do pecado”. Assim fazendo, trazemos à existência o chamado que Deus tem para ela. Precisamos ousar crer no impossível.
Deus pode fazer o impossível na vida de uma pessoa que já caiu trezentas vezes no pecado, pois, numa próxima vez, ela pode vencer e nunca mais voltar a cair. Existem muitos irmãos viciados em drogas que entram e saem de casas de recuperação e, por isso, são considerados “casos perdidos”. Mas isso é conhecer segundo a carne, porque Deus tem um chamado para eles e nós podemos trazer isso à existência. Nós podemos ser aqueles que trazem um ambiente de fé para essas pessoas.
Por isso daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos desse modo.” (2 Co 5.16)
Oremos: “Senhor Jesus, nos ajude que daqui por diante não conheçamos ninguém segundo a carne. E, se ainda conhecermos a Cristo segundo a carne, não queremos mais conhecê-lo desta forma, mas, sim, segundo o Espírito. Queremos que nossas famílias, nossos colegas de trabalho, nossos irmãos da igreja sejam livres. Não queremos prender nossos conhecidos e nossos irmãos dentro de uma cadeia do passado, dentro do conhecimento carnal. Nós queremos que eles sejam libertos por nós. Abra essas portas, solta essas correntes, ó Deus! Ajuda-nos a liberar a graça que o Senhor tem em cada pessoa que está ao nosso redor. Amém!”
Daqui por diante a ninguém conheceremos segundo a carne! Conhecer Jesus segundo a carne levou e ainda leva muita gente para o inferno. Em Nazaré foi assim. Mas depois que Jesus morreu, ressuscitou e subiu aos Céus, muitos disseram: “Esse aí conheceu Jesus, estava com Jesus”. Paulo não teve este privilégio, mas disse: “Não adianta nada conhecer Jesus segundo a carne, mas, sim, segundo o Espírito!”
Conhecer Jesus segundo a carne o impediu de fazer milagres em Nazaré. Conhecer segundo a carne não significa desconhecer fatos sobre as pessoas, mas significa não deixar esses fatos lhe controlarem. Você sabe os fatos, mas isso não lhe controla, não é determinante para seu relacionamento com ela. Você não limita a pessoa pelo seu passado, pelo que ela parece ser ou pelo que ela foi. Você crê naquilo que Deus colocou dentro da pessoa e está sempre procurando nela onde estão as coisas de Deus, a faísca da divindade, o propósito de Deus, o dom especial que ela nasceu para exercer! Ela tem um dom e é preciso achá-lo em algum lugar.
Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e enfermos, e muitos que dormem. (1 Co 11.29,30)
Quando o texto fala “dormem”, não está se referindo ao nosso sono noturno. Jesus disse: “Nosso amigo Lázaro dorme”, significando que ele havia morrido. Então, quando Paulo diz que há “fracos, doentes e muitos que dormem”, ele quer dizer “fracos, doentes e mortos”. E isso porque não discernem o corpo de Cristo.
O que é “discernir o corpo de Cristo”? Nos capítulos 10 e 12 ele está falando do pão ou das pessoas que comem o pão? Fica essa dúvida. Eu preciso discernir o corpo de Cristo, então, o pão da ceia contém o próprio Jesus e eu preciso discernir ele nesse pão? Se eu não vir Jesus nele eu vou ficar fraco, doente e morrer? Será que é isso que ele está dizendo, que eu tenho de discernir Jesus nesse pão? Não! Ele não está falando em discernir Jesus no pão da ceia.
Pois nós, embora muitos, somos um só pão, um só corpo; porque todos participamos de um mesmo pão. (1 Co 10.17)
Neste texto temos um pão comendo o pão, ou um corpo comendo o corpo. De qualquer forma, quem come junto do mesmo pão é o corpo de Cristo. Quem come do mesmo pão, crendo na vida de Jesus, está fazendo parte do corpo de Cristo. Portanto, NÓS somos um só pão, um só corpo.
Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo. Pois em um só Espírito fomos todos nós batizados em um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres; e a todos nós foi dado beber de um só Espírito. (1 Co 12.12,13)
Nós somos muito diferentes uns dos outros segundo a carne. Mas se participamos do mesmo corpo, então somos um só corpo – e não haverá problema nenhum sermos tão diferentes uns dos outros, porque o dedo é muito diferente do fígado, a orelha do olho e assim por diante. Então, o corpo pode ter muitas pessoas diferentes, mas é um só corpo: “Ora, vós sois corpo de Cristo, e individualmente seus membros.” (1 Co 12.27)
Tony, em sua ministração, nos falou de Saulo que estava furioso, querendo matar cristãos, e foi para Damasco com esta intenção. Mas no caminho Jesus aparece para ele e diz: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” E ele pergunta: “Quem és tu?” “Eu sou Jesus, a quem tu persegues”. Saulo deve ter dito: “Mas Jesus, eu não estava te perseguindo; estava perseguindo esses cristãos vagabundos”. Tony disse que a cabeça está ligada ao corpo, então não tem jeito. Toda vez que um cristão morre ou está doente, Jesus exclama: “Ai!” Isso porque ele é a cabeça e nós somos o seu corpo. Machucou um filho dele, um pequenino dele, mexeu com ele. Não adianta querer nos encontrar Jesus sozinho, pois só o encontraremos na congregação, no lugar onde há pessoas.
Jesus disse para Saulo: “Vai para Damasco e fica lá ‘morgando’ (de molho), esperando alguém para falar com você, porque eu não vou falar”. Aí Deus visita Ananias, que estava orando, e diz a ele: “Ananias, vá até aquela rua e fale com Saulo”. Ananias não compreendia o fato de ter que ir falar com alguém que estava matando cristãos, mas mesmo assim decidiu obedecer a Deus.
Ananias conhecia Saulo segundo a carne e falou isso para Deus. Mas Deus insistiu que ele fosse encontrá-lo, que fosse lá para curá-lo. Se Ananias acreditasse só no que ele conhecia segundo a carne, certamente não iria a esse encontro. Mas ele não se deixou levar por isso e foi, porque Deus o mandou ir. Ao chegar lá, algo tremendo aconteceu. Ananias disse: “Irmão Saulo.” Como podia saudá-lo dessa maneira? Saulo tinha o sangue de cristãos em suas mãos, era uma pessoa terrível, mas Ananias não estava lá para recriminá-lo. Antes, desconsiderou o que ele conhecia segundo a carne e falou: “Irmão Saulo!” Ele não tinha nada de irmão, mas dali para frente ia ter e ser. Ananias chamou o que não existia à existência. Nunca mais ouvimos falar de Ananias, mas ele fez um trabalho tremendo. Ele obedeceu a Deus e não seguiu o seu conhecimento segundo a carne. Ele teve coragem de obedecer à voz do Espírito Santo, honrar a Deus e a Saulo (um assassino). “Irmão Saulo! Foi Jesus, que te apareceu no caminho, que me enviou para curá-lo e levantá-lo”. Isso é tremendo!
Maria Madalena estava chorando diante do túmulo e não viu Jesus. Quando ele chega, ela pensa ser o jardineiro. Cuidado! Jesus pode ser um jardineiro, uma empregada, um servente de pedreiro; e pode ser também um empresário, um vendedor ou qualquer outra pessoa que ele quiser. Maria Madalena diz: “Se o senhor levou o corpo dele, por favor, me fale”. Jesus disse: “Maria!” Você percebe que discernir Jesus não é fácil? Ao olhar segundo a carne, ele era apenas um jardineiro. Escutar Jesus dizer “Maria!”, abriu-lhe os olhos. Não! Aquele não é o jardineiro, é Jesus, é o Senhor!
Você quer que isso aconteça em sua vida? Alguns hospedaram pessoas, mas depois viram que eram anjos. Imagina pensar que uma pessoa é uma coisa e depois descobrir que é Jesus! Isso é discernir Jesus no Corpo. Ele é misterioso, vem disfarçado, mas ele vem! E nós precisamos discerni-lo.
Os dois discípulos no caminho de Emaús iam conversando. Jesus chega perto e conversa com eles. Seus corações ardiam enquanto o ouviam, mas achavam que era apenas um estranho. Depois, gostam tanto daquela conversa que pedem para ele ficar mais tempo. Ao sentarem-se à mesa, ele partiu o pão e eles o viram – Jesus! Conversaram talvez por duas horas enquanto caminhavam, mas levou apenas um minuto para o verem. É Jesus! Mas nesse momento ele se foi. Veja, perderam duas horas. Discernir Jesus não é fácil, mas é necessário se quisermos ter saúde, ver milagres, ver Deus operando em nosso meio. Por isso, não despreze o dia das pequenas coisas. Quando for à reunião de oração não despreze a oração de ninguém, porque pode ser que Deus desça e fale com você através de quem menos espera. Fique vigiando, orando e atento. Jesus está chegando disfarçado e nós precisamos discerni-lo, discernir o corpo de Cristo. Precisamos nos humilhar para receber Jesus através da vida dos nossos irmãos.
“Senhor, vira o teu rosto para nós, olha para nós. Senhor, seja tocado pelo nosso olhar, dá-nos sede e fome por tua presença. Ensina-nos Senhor, abre os nossos olhos, perdoa a dureza de coração. Dá-nos um coração quebrantado. Que nunca sejamos nada e que tu sejas tudo. Senhor, tire de nós o desprezo, tire de nós o olhar segundo a carne, tire de nós a altivez, a incredulidade, a dúvida. Dá-nos olhos para ver Jesus nos irmãos. Quando começar a aquecer-nos o coração, ajude-nos a entender que tu estás chegando, que tu estás perto. Aleluia, Jesus!”
Transcrição: Maria de Fátima Barbosa
Edição: Luiz Roberto Cascaldi